O Boeing 767 foi o segundo wide body (o primeiro foi o Airbus A310) a ser concebido para dois pilotos apenas, tendo eliminado a posição do Flight Engineer.
Em 1983 um desses aviões veio a Lisboa "apresentar-se" à TAP que estava em vias de substituir os velhos Boeing 707.
Na foto um dos pilotos da Boeing explica as virtudes do painel de instrumentos eletrónicos ao meu colega e amigo Virgílio Sales Gomes (de costas) e a mim próprio, ainda um bocado desconfiados daquilo tudo.
Grandes mudanças estavam prestes a acontecer. A TAP, até então uma companhia 100% Boeing, ia encomendar o Airbus A310 apesar do esforço feito com a visita do Boeing 767. Outros valores mais altos se levantavam (União Europeia) e não havia nada a fazer.
Outra mudança foi a extinção definitiva do lugar de Flight Engineer. Apesar dos protestos em todo o mundo milhares de profissionais ficaram sem emprego quase de um dia para o outro.
O mesmo tinha acontecido década e meia antes quando se extinguiu a função do Navegador.
Tudo isto para dizer que o CCO da Airbus, Christian Scharer, acaba de afirmar em entrevista ao Sunday Times que a transição para o cockpit de um único piloto é "inevitável".
Detesto a ideia mas depois de ter passado pelas duas anteriores extinções não me surpreenderia que também esta viesse a acontecer. Preparem-se
Publicado também no Instagram (cptboeing)
Fonte Pag. O aviador
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