A distância e as perspectivas cada um conhece apenas a partir do que já andou.
Existem trechos curtos, ruas de médio porte, grandes avenidas, estradas demoradas que ligam cidades e estados, cortam fronteiras.
Existem também lugares que nem sabemos o nome, casas sem números, sinalizações que não compreendemos.
E em outros momentos, paisagens que nos soam repetidas e lembranças que renascem, quando já tínhamos certeza de tê-las esquecido.
E há sempre na estrada alguém que não sabe informar direito, e também alguém que sabe o caminho e nos ajuda.
Alguém em quem sentimos confiança, por sua palavra firme e pelo olhar que nos transmite o que precisamos para prosseguir.
Aprendi a pedir água para desconhecidos e não pedir nada a alguns que conheço.
Aprendi que sempre estarei aprendendo.
E não importa o quanto eu pare, por causa dos pés doloridos ou pela beleza da paisagem.
Tudo passa no que passa por nós.
E até que eu me reconheça, passarei milhões de vezes por mim.
Flávia Wenceslau.
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