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JOAO DA AMBULÂNCIA - TRÊS ANOS DE SAUDADE.


A vida não era fácil

A estrada poeira e lama

Mas aceitou a missão

Porque isso é Deus quem chama

De ambulância motorista

No volante ser artista

Coisa que só faz quem ama.


Velho João da Ambulância

Velho guerreiro e amigo

Velhas lutas em que driblou

A velha morte e o perigo

Velhos carros avariados

Em que fazia o translado

Conforme era exigido.


"Os olhos dele cansados

A viajem continuava

Parabrisa embarreado

E eu vendo o quanto lutava

Esquecer jamais consigo

Transportava meu marido

Á noite e eu o admirava.


Com uma garrafa pet

Seu João lavando o barro

Reassumindo o volante

Porque era necessário

A viajem continuar

Pro meu marido internar

Testemunhei seu calvário"


Assim me disse a pessoa

Que o poema encomendou

Que enquanto o João dirigia

Aquela noite, observou;

Ele pacientemente

Atendendo o paciente

Foi como ela relatou.


Quantos anos de volante

Quanta luta quanta estrada

Quantas noites sem dormir

Quanta saúde, (sua), estragada

Quanto trecho percorreu

Quantos pacientes atendeu

Na interrompida jornada?


Quantas noites nessa luta

Quanto pensou em parar

Quanto esforço precisou

Pra prosseguir, continuar,

Quão perto você já estava

Pelo que tanto esperava:

A idade de aposentar.


A pandemia atacando

Era dura a realidade

Por direito se afastava

Quem tinha comorbidade

E eu não sei por qual motivo

Te expuseram ao perigo

Sabendo da gravidade.


Chefia não respeitou

A história e perseverança

Nem as vidas que salvou

De adultos, idoso e crianças

E exposto de peito aberto

Com tanto vírus por perto

Morreu o João da Ambulância.


João Braga Neto - 22/02/2024

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