Muitas pessoas se recusam a doar os órgãos de familiares que acabaram de morrer, seja por medo ou crenças místicas.
Mato Grosso tem 333 pacientes na fila de espera pelo transplante de córnea, um tecido ocular. Os dados da fila de transplantes foram divulgados nesta semana pela Fiquem Sabendo, organização especializada no acesso a informações públicas.
A lista com o número de pessoas aguardando por transplantes de órgãos e tecidos no Brasil chega até o ano de 2012. Esse procedimento nos olhos, por exemplo, tem 25,9 mil pessoas na fila de espera em todo o país.
O transplante de córnea é a substituição total ou parcial, por meio cirúrgico, de uma “parede” do olho, que foi comprometida devido a doenças que atingiram a córnea e levaram à cegueira parcial ou total de uma pessoa. Segundo especialistas, essa cirurgia é altamente complexa e só deve ser indicada como última opção, quando nenhum outro tratamento for capaz de curar ou ajudar na recuperação da visão do paciente.
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De janeiro a agosto deste ano, em Mato Grosso, a Central Estadual de Transplante da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) realizou o procedimento em 134 pacientes, entretanto esse número está longe do ideal, principalmente quando se trata dos doadores. Muitas pessoas se recusam a doar os órgãos de familiares que acabaram de morrer, seja por medo ou crenças místicas.
De acordo com a coordenadora da Central Estadual de Transplante da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Anita Ricarda da Silva, é necessário a sensibilização da sociedade sobre o assunto. "Uma rede de apoio estruturada e uma família sensível à causa permite vida nova para outras pessoas que sofrem a angústia da espera”, relatou.
No dia 22 de setembro deste ano, o Hospital de Olhos de Cuiabá, foi credenciado pelo Governo do Estado para prestar serviços de transplante de tecido ocular em pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Para o secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, melhorar o atendimento e qualificar profissionais do SUS é de grande importância e aumenta as chances de salvar vidas no país inteiro.
“Vemos a importância do SUS desde o trabalho dos profissionais na sensibilização da família do potencial doador, até a conclusão do processo de doação. A SES investe na qualificação dos profissionais desta área, para que outras pessoas tenham a chance de sobreviver através de um gesto tão nobre como a doação”, disse o secretário.
Seja um doador
Caso tenha interesse em ser um doador, você pode fazer enquanto estiver vivo, doando parte da medula óssea, que é um tecido, (podendo doar a cada seis meses), parte do rim, parte do fígado e parte do pulmão. A doação de órgãos deve ser realizada para um membro da família, ou cônjuge, sendo o procedimento regulamentado pela lei.
Sobre a doação de tecido ocular (córnea) e órgãos inteiros é possível fazer com doadores que já faleceram, desde de que os familiares aprovem a doação, por isso é importante informar a sua família, em vida, sobre o seu desejo de se tornar um doador de órgãos e tecidos.
Fonte: midiajur.com.br
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