(IMAGEM: Denize Paixão Borges e sua mae Maria)
Pouso o olhar no teu rosto cansado
não preciso dizer nada, conheces-me como ninguém
com passos incertos e vacilantes
levas-me até ao velho sofá da sala
acaricias-me os cabelos, como fazias em criança
enquanto deixo correr em teu colo,
meu pranto
Cada ruga no teu rosto tem uma história
que a vida marcou em ti como ferro em brasa
Quantas vezes te vi esconder as lágrimas!
Cai o silêncio,
deixo falar os sentidos
luto contra mim em dolorosa agonia
quero dizer-te o que sinto
mas a dor na alma cala me os lábios
Perdoa-me
sinto-me como folhas em vai vêm
E nesta tristeza que me domina os dias
quando a verdade me aterra
sinto o tempo apertado
a dor cresce em mim, como o joio não desejado
Perco o olhar no horizonte
imagino o final, amargo e trágico
Não vás ainda
tenho tanto para te dizer
sem ti, perco o leme da esperança e não consigo remar
Não vás ainda!
O nada que agente sente
O tudo que a gente tem
Por favor…Não vás ainda MÃE!
Não vás ainda!
©Lurdes Rebelo
In "Palavras sem Tempo" - Publicações Editora 2019
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