Existe dois momentos sublimes nos Evangelhos onde Jesus coloca duas coisas importantíssimas para a gente entender o segredo da vida. Ele afirma o seguinte:
“Se alguém me quer seguir, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”(Mar 08, 27-38)
Nestas palavras, Jesus deixa claro que quem quiser segui-lo deve renunciar a si mesmo no sentido do egoísmo, das vaidades humanas e apegos afetivos e materiais. De forma diferente, ele fala aqui do desligamento emocional, do desapego.
No segundo momento, Jesus Cristo dá uma ordem para você assumir a responsabilidade sobre a sua vida. Não dá mais para transferir as nossas “cruzes” para terceiros. Nesta ordem está implícita uma outra: Não carregue a cruz dos outros. Com profunda sabedoria, Jesus dá a dica para a gente sair da nossa codependência.
E por último, a terceira ordem é: Siga-me. Com uma assertividade impressionante, sem “palestrinha”, ele se posiciona como o caminho, a verdade e a vida. Para segui-lo não podemos nos apegar as coisas ou pessoas. A decisão é nossa. Gosto muito desta frase:
“Deus mostra o caminho, mas somos nós que temos que dar os nossos passos”
Quando encontramos uma porta do tratamento, muitas vezes receamos adentra-la, afinal, para entrar em um ambiente nós precisamos abandonar o ambiente que nós estávamos. Por causa disto é que muitas pessoas não pegam suas “cruzes” e ficam tentando carregar as dos outros. Apegados a sua dor, seguir Jesus implica abandoná-la e se aventurar em algo novo.
Numa outra passagem nos deparamos com um convite e uma promessa de Jesus para aqueles que possuem a fé de segui-lo:
“Vinde a mim, vós que estais aflitos sob o fardo e eu vos aliviarei” (Mat. 11, 28)
O convite: “Vinde a mim” nos mostra o carinho e a misericórdia do Senhor para com as nossas dores. Esse convite tem um endereço: “Vós que estais aflitos sob o fardo”, ou em outras palavras, sob a sua cruz. Em uma outra passagem, Jesus afirma: “No mundo terá aflições”. Assim, Jesus reconhece que todos os seus filhos passarão por tribulações. Isto faz parte do nosso crescimento espiritual.
De maneira sublime ele termina com uma promessa: “E eu vos aliviarei”. A promessa não é carregar a cruz para nós. É aliviar o peso, o fardo. Com a presença de Jesus iremos passar por estas experiências com mais força e determinação.
Estas passagens deixam claras a diferença entre cuidar, ajudar e ter misericórdia e a codependência. O codependente ele tenta carregar a cruz dos outros e abandona a sua. O codependente se posiciona como o grande salvador do outro, capaz de carregar todos os fardos e aflições dos outros. O codependente se acha mais poderoso do que Jesus.
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