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Preço do diesel pode disparar após corte de exportações da Rússia

Defasagem no preço do diesel nacional em relação ao mercado exterior está oscilando na faixa de 70 centavos há duas semanas.


Os preços do diesel devem sofrer novo aumento em breve, acompanhando o ‘boom’ do petróleo no mercado internacional. A decisão da Rússia nesta quinta-feira, 21 de setembro, de proibir temporariamente as exportações de diesel em meio a uma escassez interna do produto colocam ainda mais lenha na fogueira. Na mesma esteira, a gasolina também pode sofrer um reajuste, embora em nível menor.

O barril de petróleo tem registrado uma escalada de preços impressionante nas últimas semanas, que chega a 35%. No começo da semana, o preço do barril atingiu o maior patamar desde novembro de 2022, cotado a US$ 94,43. Já na tarde desta quinta, a cotação havia recuado levemente e o barril era negociado na faixa de 93,26 dólares, com tendência de alta após o anúncio da Rússia.


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A escalada do preço do petróleo fez disparar a defasagem dos preços dos combustíveis no Brasil. Segundo a Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom), a defasagem no preço do diesel esteve oscilando na faixa de 70 centavos há duas semanas. Nesta quinta, a defasagem foi de 64 centavos por litro, o que representa 14% do preço.

A situação da gasolina também não é muito diferente. O relatório da Abicom indica que os preços brasileiros estão defasados em 19 centavos nesta quinta, valor que já chegou a 38 centavos na semana anterior, quando as cotações do dólar estavam mais elevadas. A disparada do preço do dólar nesta quinta deve adicionar ainda mais pressão a essa mistura.

Diante desse cenário, a Petrobras deve sofrer forte pressão para elevar os preços dos combustíveis já nos próximos dias. Isso porque o Brasil ainda precisa importar cerca de 25% do diesel que consome. Com o combustível mais caro no mercado internacional, os importadores podem deixar de atuar, devido ao prejuízo na competição de preços com a Petrobras, colocando em risco a capacidade de abastecimento do mercado interno.

A suspensão das exportações da Rússia coloca ainda mais lenha na fogueira, já que o país se tornou o maior fornecedor do Brasil nos últimos meses, chegando a 74% do volume total de diesel importado pelo país em agosto. O diesel russo era um dos principais trunfos da Petrobras para segurar os preços nos períodos de defasagem, já que o produto tem sido vendido com desconto, devido às fortes sanções econômicas que a Rússia sofre por causa da guerra.

Segundo levantamento realizado pela consultoria Argus, a defasagem dos preços brasileiros para os preços russos era de 9,8% no dia 8 de agosto, quase metade da diferença em relação aos preços internacionais, que chegava a 15,1% naquele dia. Dessa forma, os importadores ainda conseguiam um ‘desconto’, o que pode ter fim caso a suspensão de exportações se concretize para o Brasil.

A situação, caso se confirme, deve aumentar a volatilidade de preços tanto no mercado internacional quanto no mercado interno, criando ainda mais pressão para um reajuste por parte da Petrobras.

Apesar de a nova gestão da Petrobras ter abandonado a política de Paridade de Preços Internacional (PPI), a petroleira já deu sinais de que não pode se desligar completamente do mercado externo, quando fez um mega-aumento nos preços em agosto passado. À época, porém, a petroleira esperou a defasagem passar de 16% para a gasolina e 25% para o diesel, pois ainda contava com o abastecimento de combustível russo.

Segundo analistas de mercado, a tendência é de que o preço do petróleo siga elevado no mercado internacional, devido aos cortes de produção anunciados pela Arábia Saudita e a Rússia até o final do ano, além da redução da extração nos Estados Unidos.


Fonte: estadaomatogrosso.com.br

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