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Veja como alta do dólar impacta no agronegócio e afeta exportações de MT

Alta da moeda tem um impacto duplo para o agronegócio, segundo especialista. Por um lado, pode beneficiar as exportações brasileiras. Por outro, aumenta os custos de produção.


O dólar desempenha um papel crucial na economia mundial e, em Mato Grosso, polo do agronegócio, a valorização da moeda tem um impacto duplo para o agronegócio, podendo beneficiar as exportações, mas, em contrapartida, aumentar os custos de insumos para produção. Nesta quarta-feira (6), o dólar ganhou força e bateu os R$ 5,8619 na máxima do dia, após a vitória de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos.


Nas últimas 24 horas, as pesquisas pela moeda dispararam nos principais buscadores da internet. Moradores de Mato Grosso chegaram a ficar no ranking dos três estados que mais se interessaram pelo assunto. Conforme o Google Trends, os municípios de Sorriso, Sinop e Lucas do Rio Verde, cidades polo do agro no estado, lideraram as buscas locais pela moeda.

O professor de economia da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), Maurício Munhoz, explicou ao g1 que os produtos locais mais competitivos no mercado global com a valorização da moeda. No entanto, por outro lado, os custos de insumos importados, como fertilizantes e defensivos agrícolas, aumentam, o que pode pressionar ainda mais as margens de lucro dos produtores.


"No geral é melhor do que ruim [a alta do dólar]. O saldo é positivo para o agronegócio, porque o produto se valoriza lá fora. O agro exporta, e agora eles conseguem talvez exportar mais, pois a referência é o dólar. Então, se o dólar aumenta, a mercadoria também aumenta, é algo automático”, explicou.


No entanto, Maurício alerta que, mesmo com esse impacto positivo nas exportações, os produtores precisam equilibrar as vantagens com os desafios, principalmente do aumento dos custos de produção.


“Embora o aumento do dólar seja, no geral, positivo para as exportações, o produtor não pode esquecer que o custo dos insumos também sobe. Por isso, o impacto final depende de uma série de fatores, como a quantidade de insumos que o produtor precisa importar e a variação do mercado externo”, destacou o economista.


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O que diz o setor.


O produtor e presidente do Sindicato Rural de Sinop, Ilson Redivo, disse que a recente alta do dólar pode impactar os produtores locais, especialmente aqueles que atuam no setor agrícola. Para ele, a valorização da moeda americana tem gerado efeitos adversos, principalmente em relação aos impactos da oscilação cambial, que são sentidos de maneira desigual pelos diferentes grupos de agricultores.


"O preço da soja continua o mesmo, mas o aumento do dólar impacta diretamente na compra dos insumos, que são dolarizados. Esses insumos, como fertilizantes e combustíveis, têm seu preço ajustado quase que imediatamente, enquanto o valor da soja, cotada em reais, não sofre o mesmo reajuste de forma tão rápida", explicou.


Mato Grosso é o estado líder na produção de soja, milho, algodão e rebanho bovino no país. Em pouco mais de duas décadas, o Produto Interno Bruto (PIB) estadual passou de R$ 14,8 milhões (2000) para R$ 233,390 milhões (2021), segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Um crescimento motivado, principalmente, pela agricultura, a principal atividade econômica do estado, que é responsável por mais de 50% do PIB mato-grossense.

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